Via-Sacra
V. Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R. Que pela vossa santa Cruz redimistes o mundo.
1. ° LEITOR
Toda a gente concorda que é grande o sofrimento das pessoas que se sentem sós, a viver numa solidão não desejada. Jesus sentiu essa solidão quando caminhava para o Calvário. Curou tanta gente e ninguém aparece para o ajudar. Foi um desconhecido, chamado Simão, natural de Cirene e pai de dois filhos, que foi obrigado a dar-lhe uma ajuda. O Cireneu ficou nos evangelhos como alguém que carrega a cruz de Jesus.
2º LEITOR
Hoje há pessoas que precisam de alguém que os alivie do peso da cruz. E maravilhoso ajudar quem precisa e são tantos os necessitados de alívio. E também deixar-se ajudar, pois todos somos fracos. Ajudarmos os outros, mas termos também a humildade de nos deixarmos ajudar. Todos como irmãos.
Pai nosso
V. Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R. Que pela vossa santa Cruz redimistes o mundo.
1.° LEITOR
Jesus está fisicamente extenuado e interiormente debilitado por causa da malícia humana e do abandono dos seus amigos. Ele é homem, verdadeiro Deus mas também verdadeiro homem. Sofre como qualquer ser humano. Deste modo Jesus torna-se solidário de todos os seres humanos que, através dos tempos, haveriam de sentir como é doloroso sentir-se mais um verme que um homem, como diz o salmista.
2.° LEITOR
Hoje todos nós devemos aprender de Jesus a levantarmo-nos sempre que caímos. Não serão talvez quedas físicas, mas seguramente são as quedas no egoísmo, na maldade, no pecado. Ele dirá sem cansar: «Levanta-te, ergue a cabeça e caminha numa vida nova». Erguidos, numa ressurreição anunciada.
Pai nosso
NONA ESTAÇÃO
Jesus cai pela terceira vez
V. Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R. Que pela vossa santa Cruz redimistes o mundo.
1.º LEITOR
Os relatos evangélicos da Paixão não falam das quedas de Jesus, mas é normal que a caminhada para o Calvário tenha sido muito dolorosa. Jesus cai pela terceira vez e as recaídas, como diz o povo, são sempre muito perigosas. Jesus, que caiu, passou a sua vida pública a levantar as pessoas, a ir ao encontro dos que viviam prostrados pelo pecado, pela doença, pelo desprezo. E quis levantá-los, para que pudessem viver de cabeça erguida, de pé. Veio para que tivessem vida.
2.° LEITOR
Hoje Jesus parece dizer-nos que, nos tempos actuais nada fáceis para a nossa fé, devemos ser cristãos de cabeça erguida, orgulhosos por sermos seguidores de Cristo e construtores empenhados do seu Reino de vida e de amor. Jesus caiu para que nos levantemos e vivamos com a dignidade de filhos de Deus.
Pai nosso
DÉCIMA PRIMEIRA ESTAÇÃO
Jesus é pregado na cruz
V. Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R. Que pela vossa santa Cruz redimistes o mundo.
1.° LEITOR
Podemos imaginar o pregar das mãos e dos pés, o erguer da cruz, a presença ao lado de Jesus de dois malfeitores também crucificados. Pregar um homem numa cruz deveria ser um tormento bem doloroso. As pessoas passam, observam o espectáculo e troçam de Jesus. Os soldados não têm sentimentos humanos. Apenas um dos condenados respeita Jesus: o bom ladrão. Jesus sofre e diz: «Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem» (Lc 23, 34).
2.° LEITOR
Hoje Jesus continua a ser crucificado nos que passam fome, nos mutilados de todas as guerras, nos que trabalham em condições infra-humanas, nos condenados à morte. Jesus já não sofre. Mas ele identifica-se com os que hoje sofrem e diz-nos: «Tudo o que fizerdes a eles, a mim o fazeis!»
Pai nosso
DÉCIMA TERCEIRA ESTAÇÃO
O corpo de Jesus é descido da cruz
V. Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R. Que pela vossa santa Cruz redimistes o mundo.
1.º LEITOR
Era preciso descer o corpo de Jesus que continuava na cruz. Aproximavam-se as festas pascais, e os corpos dos executados tinham de ser retirados. A sua mãe, o discípulo João e pessoas como José de Arimateia e Nicodemos encarregam-se desta tarefa. Os artistas religiosos esculpiram e pintaram a cena de Maria com o seu filho morto nos braços. O corpo pálido e frio de Jesus e o rosto de Maria que sofre mas não demonstra desespero. Ela é uma mulher de fé e de esperança.
2.0 LEITOR
Hoje alguns dizem que morrer é tão natural como o comer e o dormir. Mas não é assim. A morte continua a meter medo e, por isso, muitos a querem ignorar. Mas, para quem acredita no Deus dos vivos, ela não é uma aventura incerta, mas uma passagem deste mundo para o Pai. Toda a tristeza será convertida em alegria.
Pai nosso
V. Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R. (b1e pela vossa santa Cruz redimistes o mundo.
1º LEITOR
A Sagrada Escritura nada diz acerca desta Verónica. Mas, segundo uma tradição da Igreja de Jerusalém, uma piedosa mulher aproximou-se de Jesus e enxugou-lhe o seu rosto molhado com suor e sangue. Este gesto de delicadeza feminina terá sido apreciado por Jesus que, como recompensa, fez com que o seu rosto ficasse gravado nesse véu. Uma mulher que percebeu como o importante é o amor aos desprezados.
2º LEITOR
Hoje é preciso que os cristãos entendam que «a religião pura e sem mancha aos olhos de Deus Pai consiste em respeitar os direitos dos outros, porque são filhos muito amados de Deus». O gesto de caridade de Verónica aponta para o essencial do cristianismo, a única lei: o amor misericordioso.
Pai nosso
V. Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R. Que pela vossa santa cruz redimistes o mundo.
1. º LEITOR
Estas mulheres da cidade santa, ao verem Jesus sofredor, choram com pena. Jesus volta-se para elas e diz-lhes para não chorarem por ele, mas pelos seus filhos. Esses seus filhos podem ser jovens judeus que faziam troça de Jesus. De facto, quem merece compaixão não são os que amam até dar a própria vida, mas os que preferem odiar, desprezar, matar. Esses judeus merecem compaixão porque não sabem o que fazem.
2.º LEITOR
Hoje precisamos de ter compaixão das pessoas, sobretudo dos jovens, que não encontraram ainda um sentido para a vida. Mas não nos podemos ficar em lamentações. Precisamos sobretudo de agir no nosso ambiente, na nossa família, na sociedade, em vista de um mundo mais fraterno.
Pai nosso
DÉCIMA ESTAÇÃO
Jesus é despojado das suas vestes
V. Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R. Que pela vossa santa Cruz redimistes o mundo.
1.° LEITOR
Jesus foi um trabalhador até aos trinta anos. Durante a sua vida pública vivia pobremente, ao ponto de dizer que não tinha sequer uma pedra onde reclinar a cabeça. Na hora da despedida não tinha bens a deixar em testamento. No Calvário é despojado das suas vestes. Fica sem nada, tal como nasceu. Uma forma radical de afirmar o que sempre disse: que o importante não é ter coisas mas em ser bom, justo, fraterno. Mais que o ter, o importante é ser.
2.° LEITOR
Hoje precisamos de nos despojar de muitas coisas que nos impedem de ser mais. Corremos atrás de coisas que a sociedade consumista nos oferece, e esquecemos que o importante é viver em simplicidade, em pobreza evangélica. Mais que ter, o importante é ser: sermos mais humanos, mais solidários, mais cristãos.
Pai nosso
DÉCIMA SEGUNDA ESTAÇÃO
Jesus morre na cruz
V. Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R. Que pela vossa santa Cruz redimistes o mundo.
1.° LEITOR
Jesus morre como todo o homem. Mais dolorosamente que a maioria dos homens. Aos 33 anos, na plenitude da vida. Ainda jovem. Não morre de morte natural, vítima de alguma doença: foi condenado à morte. As palavras de um moribundo são sempre dignas de se terem em conta. S. João põe na sua boca esta frase: «Tudo está terminado». De facto, ele podia dizer que tinha cumprido fielmente a missão que recebera do seu Pai.
2.º LEITOR
Hoje cada um de nós tem uma missão a realizar na sua vida, uma obra que ninguém fará por si. Cada um de nós tem algo a fazer para deixar este mundo melhor do que o encontrou. Passar pelo mundo fazendo o bem, tal como Jesus. Que no último dia de vida possamos dizer como Jesus: «Tudo está terminado».
Pai nosso
DÉCIMA QUARTA ESTAÇÃO
O sepulcro vazio e a ressurreição
V. Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R. Que pela vossa santa Cruz redimistes o mundo.
1. ° LEITOR
Jesus desceu aos infernos, isto é, à solidão mais radical que é a morte. Tornou-se solidário dos mortos de todos os tempos. Mas penetra nas trevas da morte para ressurgir cheio de luz na aurora do dia de Páscoa. Ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. O terceiro dia é aquele em que Deus intervém para manifestar o seu poder. E interveio para derrotar para sempre a morte e ressuscitar o seu Filho Jesus.
2.0 LEITOR
Sabemos que a morte já foi definitivamente vencida. Mas ainda não se manifestou o que havemos de ser, pois ainda não chegámos à cidade definitiva. O ciclo da nossa vida terminará na morte natural. Mas temos a garantia de que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos, também nós havemos de ressuscitar como ele.
Pai nosso
INTRODUÇÃO
V. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. R. Amen.
Ao fazermos este piedoso exercício da Via-Sacra temos presente três momentos da história: o que aconteceu há dois mil anos em Jerusalém, a paixão dos tempos actuais e o futuro que será a nossa ressurreição.
Recordemos, em primeiro lugar, essa caminhada dolorosa de Jesus, sentindo que ele sofreu e morreu realmente. Apesar de ser Filho de Deus, fez-se igual a nós em tudo, excepto no pecado.
Recordemos, em segundo lugar, que agora é o tempo em que nos pertence a nós sofrer, completando de certo modo a paixão de Cristo. Um sofrimento que nos purifica e santifica.
Recordemos, em terceiro lugar, que ao caminharmos em procissão estamos a expressar a nossa condição de peregrinos para a pátria celeste. O nosso destino final é a ressurreição.
PRIMEIRA ESTAÇÃO
Jesus é condenado à morte
V. Nós vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus.
R. Que pela vossa santa Cruz redimistes o mundo.
1º LEITOR
Depois de pregar durante três anos o Reino de Deus, Jesus é atraiçoado por um dos seus discípulos, preso pelos soldados, acusado pelas autoridades judaicas e condenado à morte pelo poder romano. É a maldade humana com o nome de Judas, Anás e Põncio Pilatos. Jesus morre porque a sua Boa Nova ia contra os interesses dos poderosos, a quem chamou: «sepulcros caiados de branco». Aceitou o risco de ser morto antes que deixar de amar a Deus, seu Pai, e ao próximo.
2° LEITOR
Hoje continuamos a condenar e a matar quando, com as nossas palavras que ferem, os nossos silêncios de desprezo, o nosso olhar agressivo, os nossos gestos de ódio, os nossos pre¬conceitos injustificados, fazemos sofrer os outros injustamente. Condenamos os nossos irmãos. Matamos a sua alegria de viver.
Pai nosso
TERCEIRA ESTAÇÃO
Jesus cai pela primeira vez
V. Nós vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus.
R. Que pela vossa santa Cruz redimistes o mundo.
1º LEITOR
Depois de pregar durante três anos o Reino de Deus, Jesus é atraiçoado por um dos seus discípulos, preso pelos soldados, acusado pelas autoridades judaicas e condenado à morte pelo poder romano. É a maldade humana com o nome de Judas, Anás e Põncio Pilatos. Jesus morre porque a sua Boa Nova ia contra os interesses dos poderosos, a quem chamou: «sepulcros caiados de branco». Aceitou o risco de ser morto antes que deixar de amar a Deus, seu Pai, e ao próximo.
2° LEITOR
Hoje continuamos a condenar e a matar quando, com as nossas palavras que ferem, os nossos silêncios de desprezo, o nosso olhar agressivo, os nossos gestos de ódio, os nossos pre¬conceitos injustificados, fazemos sofrer os outros injustamente. Condenamos os nossos irmãos. Matamos a sua alegria de viver.
Pai nosso
QUINTA ESTAÇÃO
O Cireneu ajuda Jesus a levar a cruz
SÉTIMA ESTAÇÃO
Jesus cai pela segunda vez
SEGUNDA ESTACÃO
Jesus carrega com a cruz às costas
V. Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R. Que pela vossa santa Cruz redimistes o mundo.
1° LEITOR
O que pesa a Jesus não será tanto a cruz de madeira que leva às costas. O que lhe causa sofrimento é, sem dúvida, o abandono dos amigos. Nem sequer Pedro. Aquele que tinha afirmado que nunca o negaria, acabou por negá-lo três vezes. Mas Jesus, carregando o peso da cruz de madeira e a cruz das traições dos amigos, conta com a força que lhe vem de Deus. Passou a noite antes de ser preso em oração ao Pai.
2° LEITOR
Hoje há pessoas a carregar pesadas cruzes. Caem-lhe em cima quando menos esperam. São as doenças, os conflitos matrimoniais, um filho que se droga, a miséria imerecida, a solidão não desejada, a falta de afecto, a perseguição religiosa... Que o Espírito de Deus seja a sua fortaleza.
Pai nosso
QUARTA ESTACÃO
Jesus encontra-se com a sua mãe
V. Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus.
R. Que pela vossa santa Cruz redimistes o mundo.
1° LEITOR
O que pesa a Jesus não será tanto a cruz de madeira que leva às costas. O que lhe causa sofrimento é, sem dúvida, o abandono dos amigos. Nem sequer Pedro. Aquele que tinha afirmado que nunca o negaria, acabou por negá-lo três vezes. Mas Jesus, carregando o peso da cruz de madeira e a cruz das traições dos amigos, conta com a força que lhe vem de Deus. Passou a noite antes de ser preso em oração ao Pai.
2° LEITOR
Hoje há pessoas a carregar pesadas cruzes. Caem-lhe em cima quando menos esperam. São as doenças, os conflitos matrimoniais, um filho que se droga, a miséria imerecida, a solidão não desejada, a falta de afecto, a perseguição religiosa... Que o Espírito de Deus seja a sua fortaleza.
Pai nosso
SEXTA ESTAÇÃO
A Verónica limpa o rosto de Jesus
OITAVA ESTACÃO
Jesus encontra as mulheres de Jerusaléms
CONCLUSÃO
"ENVIO"
Em jeito de "envio" para a missão,
escutemos o que S. Paulo escreveu aos Romanos.
«Se nós morremos com Cristo, acreditamos que também viveremos com ele. Sabemos que Cristo, por ter passado da morte à vida, já não morrerá.
A morte nunca mais terá poder sobre ele.
Pela sua morte, Cristo morreu para o pecado duma vez para sempre e a vida nova que recebeu é vida para Deus. Do mesmo modo, considerai-vos também mortos para o pecado, mas vivos para Deus em união com Cristo Jesus».
BÊNÇÃO FINAL
V. Abençoe-vos Deus, Pai de misericórdia, que, pela cruz e pelo sangue de seu Filho, vos redimiu e salvou.
R. Amen.
V. Ele vos conceda a graça de compreender com todos os santos a sublimidade e a profundeza do amor de Cristo manifestado na cruz.
R. Amen.
V. Ele aceite benignamente os vossos actos de piedade e atenda generosamente as vossas preces.
R. Amen.
V. Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo.
R. Amen.